terça-feira, 23 de março de 2010

Garbage - Milk

Não sei explicar… Adoro os Garbage desde sempre e de tempos a tempos não consigo resistir ouvir uma música que me diz imenso…

quarta-feira, 17 de março de 2010

Contraluz.

António Feio, um actor que muito prezo, enaltecendo um filme que promete… e que pelo que vi nesta mesma “trailer”, a mim dir-me-á imenso.

terça-feira, 16 de março de 2010

Solidão...

Sei que o mundo não é triste,
Triste sim, é viver de uma ilusão,
Semear ventos e tempestades
Colher somente a solidão.

Talvez o mundo não seja triste,
Nem tenha a força de um olhar.
Talvez seja o extinguir de uma chama
Que nem chegou a deflagrar.
Talvez a solidão seja linda,
Uma boa forma de descobrir
A beleza de um cravo que murchou,
E que jamais tornará abrir.

Talvez a solidão seja para o poeta,
A mãe de todas as causas do abismo,
Caminhar para os braços da solidão.
Escapar ao desassossego do destino…
Talvez seja a sua última meta.

 Rui Freitas, Julho de 1998


sexta-feira, 12 de março de 2010

Um dia...


Voltando às minhas duas últimas portagens, nas quais, uma reclamavam os valores da amizade e a outra falava de uma suposta “ordinary life, musica dos Liquido”. Recordei-me de um dos meus grandes amigos e irmão espiritual… como é óbvio ele sabe muito bem de quem estou a falar, embora também estou ciente que nunca irá ler estas humildes palavras, pois não faz o seu estilo, e passo a citar “perder tempo útil de vida com essa coisa supérflua que é a internet”, mas lá tem as suas razões que nunca questionei… nem ponho em causa!
Como grande e velho amigo de estrada e dos caminhos sinuosos da juventude… não da vida, porque feliz ou infelizmente, perdem-se e ganham-se amigos ao longo da vida, mas nunca deixamos de nos recordar deles como felizmente acontece comigo… e espero que com eles também.
Recordo-me muito bem das conversas e discussões filosofais e acaloradas de café pelas noites dentro, bem regadas, abundantemente pela apreciada Tuburg (que saudades que tenho delas) sobre o sentido da vida… e se nunca estivemos de acordo (eu e esse amigo em questão), numa coisa concordávamos… nenhum de nós queria viver uma vida formatada pelos valores ditos comuns, que a sociedade teimava em nos querer impor, ou seja viver uma “ordinary life”.
Não conhecíamos muito bem o que queríamos da vida na nossa errante juventude, nem muito bem sequer onde procurar… contudo estávamos absolutamente certos do que não queríamos, e não queríamos forçosamente uma “vida ordinária” traduzindo à letra.
Se ontem palmilhamos os caminhos da juventude, cruzávamos fronteiras apenas pelo prazer de tomar um café, ouvindo os velhos Floyd como música de fundo, indo até onde a vontade nos levasse… “esquecendo-nos” no processo de avisar a família. Até mesmo, roubando miúdas um do outro… apenas porque nada mais havia para fazer de interessante! Hoje a vida fez com que tomássemos diferentes rumos… já não conversamos sobre o sentido da vida, nem sobre rumos a tomar… nem onde fomos, ou onde iremos a seguir, já nem sequer ouvimos as mesmas músicas, ou os mesmos livros (nem perdes tempo a ler as experiencias dos outros, preferes seres tu a vive-las). É um ponto de vista!
A vida ordinária tomou conta de nós… humildes almas não soubemos resistir-lhe com a devida tenacidade que havíamos prometido dar-lhe. Fomo-nos abaixo sem dar luta! Mas ambos sabíamos que iria ser assim, apenas nunca o quisemos admitir.
Seguimos cada um o seu rumo, faz sentido! A idade começa a pesar e está na altura de tomar as rédeas das responsabilidades de que outrora fugimos e abominamos. A lógica do tempo e da biologia não se coaduna com a irresponsabilidade da juventude, e o tempo… a vida encarregam-se de domar os espíritos mais selvagens como os nossos… para bem ou para mal da humanidade, é um passo que todos mais tarde ou mais cedo temos de dar em frente… para o fundo do precipício, ainda que isso possa significar o fim de quem parte ou de quem fica, depende do ponto de vista.
Onde quero chegar, é simples… já não estamos na mesma equipa, um de nós saltou em direcção ao infinito… abraçou o destino que nunca procurou… mas no fundo, apenas seu!
Sei no fundo, assim como tu, que os nossos filhos jamais serão amigos, bem como as nossas esposas… se um dia as tivermos! Nunca iremos festejar aniversários juntos, com as famílias, nem iremos envelhecer perto do jardim um do outro como os nossos pais… nem jogar uma partida de bisca lambida nos bancos de jardim, nas tardes perdidas de verão, sem nada para fazer, ouvindo o cantar dos pássaros refastelando-se ao fundo da rua nas arvores fruta do S. Alfredo, amadurecidas pelo sol dourado de Julho, olhando os netos a crescer e jogar à bola, e ai talvez recuar no tempo para os gloriosos anos 90 e para a juventude à muito ida, mas não vã a glória. Não mais iremos juntos beber, aos tempos que já lá vão, fazendo assim que o passar do tempo não se transformasse numa tortura mental e numa lenta caminhada para morte anunciada.
Perdi amigos e outros ganhei… mas tenho pena dos que para traz ficaram na inconsequência de um destino que ninguém sabe ser certo ou errado, mas lá que deixa saudades, deixa… nem esqueço do muito que aprendi, e do muito que errei também.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Liquido, ordinary life...

Os extintos Liquido, numa fantástica musica e um dos melhores vidioclipes de sempre... na minha modesta opinião!

terça-feira, 9 de março de 2010

Meu Velho Amigo.










É a um amigo muito especial que hoje presto a minha gratidão, pois não há maior valor na vida que o valor da amizade, assim como não há maior ingratidão que esquecer os amigos. Eles fazem e fizeram de nós aquilo que hoje somos, com eles enfrentamos a puberdade, as lágrimas do primeiro amor não correspondido… a família não se escolhe…ao invés dos amigos, daí a importância deles.
É curioso como a juventude se dissipa do nosso corpo, sem sequer darmos conta disso! Ela vai-se e ficamos apenas com a saudade… com a nostalgia. Sinto saudade das noites quentes de verão, às quais não dei a devida importância. Tenho pena dos amigos que deixei e nunca mais vi. Tenho saudades de partir em busca de um destino, à conta disso, percorri sozinho os caminhos loucos da juventude errante. Parti sem nunca conhecer o destino, e por vezes cheguei sem saber sequer que tinha atracado… foi assim que perdi a minha juventude. Não a perdi num banco de traz de um carro como muitos, nem dentro de quatro paredes nuas de uma escola, como a maioria, olhando para um quadro preto carregado de surdos hieróglifos de giz brancos, cujo significado nem procurei entender. Caminhei no fio do destino, estive no nariz do mundo e toquei no céu… contemplei o pôr-do-sol abrasador sobre as pirâmides do Egipto, se a juventude de outrora se foi, as recordações dela em mim permanecem.
 Ao contrário de outros que não têm a devida noção de onde nem quando perderam a maior das virtudes. Eu… perdi a minha, numa noite bela e fria de Outono, carregada de luar, parecia que a lua se iria precipitar sobre a terra, tamanha era a sua intensidade e beleza.
Nada mais havia para fazer numa noite fria de luar, nada mais que apenas pescar… com o nosso mais velho dos amigos… o nosso velho e amigo das horas vagas, o nosso velho cão! Sem nunca negar ou medir esforços para me acompanhar, apesar de a sua idade não aconselhar a grandes e desmedidas aventura. Foi nesse dia que percebi que idade não pesa em espírito jovem, e que a vontade é a maior das armas de um corpo fraco. Fosse qual fosse o destino gritava sempre presente, por maior que fosse a desmedida ambição do seu amigo mais novo… lá estava de bom grado (quase com um sorriso nos lábios) quando todos os outros declinavam amavelmente o convite.
Claro que nem eu nem ele alguma vez tínhamos pescado na vida, mas não iria ser isso que nos iria impedir de ir pescar naquela noite linda de Outono… de um ramo seco de giesteira, fizemos a cana… de um velho fio norte, a seda… de um clipe, o anzol… À falta de jeito e conhecimento levamos o entusiasmo… juntos leva-mos aquilo que ninguém nos pode tirar… amizade. Para mim foste mais do que amigo… contemplamos juntos o brilho intenso da lua, no silêncio da noite fria, partilhamos o mesmo velho cobertor. E no fim partilhamos a vida.
Quando nada pescamos, tudo deixamos tudo para traz, as tristezas, a cana improvisada, e os ossos gelados… excepto as recordações, essas vieram connosco para mais tarde recordar… em dias como o de hoje, dias de nostalgia… dias em que me recordo de ti e da minha juventude… que nesse dia a perdi… porque tu pereceste perante a maior das inevitabilidades da vida... bateste-te por ela tenazmente como alguém na flor da idade que se recusava a morrer. Nesse dia perdi a minha juventude, mas trouxe uma lição de vida, carreguei o teu exemplo, e fiz dele minha bandeira. Certo que já não mais te teria para me acompanhar para onde ninguém ousava ir, já não mais te teria para juntos admirarmos a beleza da lua sem ousar toca-la… já não te teria no escuro do quarto para juntos chorarmos o amor não correspondido. Mas terei para sempre o exemplo que idade não pesa em espírito jovem, e que a morte chega sempre em horas inoportunas, partiste na tua hora, cedo de mais para mim… talvez não para ti. Entreguei o teu corpo a terra fria, como um dia entregarão o meu… mas por agora moras num lugar bem especial! 
No meu coração.  

segunda-feira, 8 de março de 2010

Acordo! Onde estou? E mais importante ainda, onde estas tu???



Preso em mais um pardieiro qualquer de uma qualquer periferia surrenta, penso onde estou, imagino uma outra cidade, um outro País, uma outra vida… contigo! Tomara ter raiva suficiente em mim para correr daquela imundice para fora, sem mais parar até que os pulmões me doam e mesmo assim não paro… nem mesmo quando os meus pés começarem a ceder ensanguentados, e os meus ossos ficarem desnudados pela carne… nem mesmo quando os meus pulmões definharem, mais cheios de sangue quente que de oxigénio… Juro que não paro mesmo! Irei correr continuamente para além da dor, para além do Bojador, fugirei para longe de mim… para longe de ti. Não importa para onde, nada mais tenho porque ficar, como também nada tenho porque partir, é contudo bem mais fácil a fuga que persistir num lugar miserável, povoado de recordações ainda mais miseráveis.
Infelizmente sou fraco de espírito, não corro… fico na cidade, mesmo não sabendo bem onde estou! Fico nas vielas sujas! Nas vielas tuas! Fico no T2 encostado aos teus ombros, fico por ti, não por mim! Fico por uma recordação tua… cada vez menos nítidas… felizmente ou infelizmente não sei! Pensei que seria bem mais fácil, apagar o teu rosto das minhas lembranças... como pensei que irias com elas! Mas talvez não! Fazes-me falta como faz falta a noite ao dia. Não consigo viver com as tuas recordações presas em mim… todavia à medida que o teu rosto desaparece da minha memória quando estou desperto, começas aparecer nos meus sonhos, com mais nitidez e clareza que a que tiveste enquanto moravas incessantemente na minha mente. 

sábado, 6 de março de 2010

Bateu à minha porta...

O Amor...
"Bateu à minha porta
Vacilei... não quis abrir,
Pensei que fosse a saudade
Que me vive a perseguir,
Voltou...
Bateu de novamente...
Com mais força...
Mas depois não insistiu,
Desceu as escadas
E para sempre partiu
Deixando na porta
As palavras fatais...
Eu sou o amor
E não volto nunca mais."

sexta-feira, 5 de março de 2010

Para ti Inês…

Uma musica que certamente jamais esquecerás...

Pray

Para aqueles que caminham nas mãos incertas do destino… para que possam encontrar o seu caminho…como eu outrora me encontrei...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Para onde? Na bússola do destino…


E então, porque não? A eterna pergunta dos viajantes erráticos…
No entanto a mesma pergunta facilmente se transforma numa afirmação, e o desejo de chegada facilmente se confunde com o desejo de partida! Se apenas desejássemos partir, independentemente do destino? Independentemente da magia inerente a viagem em si, como saberíamos se chegamos ao destino se nada demandamos? Não seria assim a nossa viagem uma forma errática de um destino incerto?
É por isso que a sabedoria não se adquire facilmente… embora na incessante busca pelos nossos objectivos quer eles sejam materiais ou transcendentais, consinto que no processo possamos encontrar algo que não o procurássemos primeiramente, mas importante o suficiente para nos fazer alterar o rumo previamente traçado na nossa bússola do destino. No entanto para que isso possa suceder é necessário saber previamente o que buscava-mos primordialmente, ou correríamos o risco de lhe passar ao lado sem que disso déssemos conta.
Um rumo traçado sem destino levo-nos invariavelmente ao trilho da errância… isto sei-o, da pior maneira possível – da experiencia! É fácil para o caminhante partir em busca de nada, apenas porque já nada o prende ao lugar que ele anteriormente chamava de casa - pode ser um sentimento libertador, ter apenas as estrelas como tecto nas noites quentes e ternurentas de verão. O caminhante pode por breves momentos sentir-se dono de toda a liberdade do mundo… pode até considerar-se dono das estrelas, mas no seu mais intimo ser, ele sabe que em breve as noites frias e gélidas de inverno farão da sua liberdade agonia… do céu estrelado de verão, o fruto de todas as tormentas.
Como em todas as viagens, e demandas do homem, nem o santo graal, nem o eldorado, se assemelham a louca viagem em busca do tesouro perdido do amor.
A inquirição do amor, por parte da humanidade, é longa… mas como alguém disse (sabiamente), “a verdade é que ninguém narrou que o encontrou”, ou se o encontrou escondeu-o muitíssimo bem com medo que lho roubassem… eu próprio teria feito o mesmo!
Ao invés do santo graal e do eldorado, o amor não habita nem jaz em lado algum, nem brota de um fonte magica… como todas as coisas metafísicas podemos encontra-lo em qualquer lado, ou igualmente em lado algum… como ainda pior podemos encontra-lo e ele simplesmente não querer ser descoberto…
O amor por depender de terceiros caminha na obscuridade da incerteza, e mesmo que o encontremos ele é susceptível de ser roubado por uma outra pessoa, na mesma demanda que nós próprios anteriormente. O amor é uma procura incessante e continua de algo que não sabemos muito bem onde ele se encontra… como que se encontra… e mesmo que o encontremos, poderemos nunca o saber que estivemos perante o mesmo, até verdadeiramente o perdermos.
É por tudo isto, que eu (embora citando o Miguel) tenho dito que o amor é fodido.

terça-feira, 2 de março de 2010

Dilema existencial…


Após a minha última postagem, surgiu um comentário muito pertinente, que desenterrou em mim uma intrínseca busca a uma resposta, que tem sido uma espécie de dilema existencial.
Este meu particular dilema (mas não o único) surge como em todas as vezes, sob a forma de pergunta… cuja resposta não é facilmente respondida, porque se o fosse, não seria um dilema...
Feita a introdução, passo a temática em questão…
Não será a eterna busca da alma humana pelo eldorado do amor, uma viagem utópica?
Não será necessária por vezes uma abordagem ao tema mais racional e menos sentimental?
Não querendo eu enveredar pelo método científico! Nem pedir que o façam, porque julgo não ser a metodologia mais adequada a questão. É preciso dize-lo abertamente que nem sempre podemos diligenciar na ciência e na racionalidade as resposta para todo o nosso e mais intimo quotidiano, pois muitas das respostas, são-no na verdade respostas individuais, susceptíveis de serem respondidas por quem de direito de uma forma intrinsecamente espiritual/racional.
Bem sei que para dilemas existenciais e morais nunca existe apenas uma resposta, nem muito menos, respostas certas ou erradas…
É por isso uma resposta puramente pessoal, no qual a resposta final terá de ser dada ao longo vida, com naturais avanços e recuos… Até muitas das vezes com mudança de opinião da nossa parte, face ao paradigma em questão, e decorre em grande medida da nossa sorte/azar face ao amor, seja ele fodido ou não.
Não quero esperar para o fim da vida para saber a resposta ao meu problema, pois julgo que aí de nada me irá adiantar. Também não quero a resposta, pelas experiencias e vivencias de outros… Dado o carácter pessoal da questão… Quero a resposta, respondida por mim e para mim… Mas quero-a para ontem o que de fácil nada tem.
Quero a resposta! Mas não sei como obtê-la!? Julgo que terei mesmo que esperar pela velhice para responder às minhas diligências espirituais, para quando for um ancião na minha “tribo”… Talvez quando a razão falar mais alto em mim que a paixão… ai talvez saiba responder a alguns dos meus dilemas, mas até lá… não esperem por mim, vão andando que eu vou lá ter! Só não sei é se lá nos encontraremos…